domingo, 6 de setembro de 2009

Na ciência, diferente da política, a minoria pode estar certa.


Recomendo a leitura deste artigo do Dr. Syun Akasofu sobre o “Aquecimento Global”.
O site onde o achei: wattsupwiththat.com trava uma luta constante com os erros de medição e interpretação sobre mudança climática.

sábado, 29 de agosto de 2009

Jazz - Ferros velhos - Era espacial - Fotografias sépia - Apollo 11.


O Jazz entrou em mim por duas vias. Primeiro pelos discos 78 rpm tocados na vitrola (em cima do rádio) que havia na casa de meus avos. Os discos eram de meu tio José. Ele também escutava Tango. Eu gostava mais de Jazz. Depois quando chegou a televisão em casa, lembro que as músicas dos desenhos animados eram quase todas deste gênero, com predominância de Dixieland nos mais antigos e das Big Bands nos “modernos”. Uma delicia.
Por alguma razão especial minha lembrança mais duradoura da primeira televisão em casa foi a noite do primeiro passo do Neil Armstrong na lua.

Ferros velhos e carros mal tratados (alguns antigos) foram muito presentes na minha infância. Qualquer garoto do meu bairro sabia como lixar um platinado e avançar a distribuição de um motor. Eu era mais sabido, pois tinha aprendido a ajudar meu pai a fazer pegar um Ford T. Aos quatro ou cinco anos eu sabia mexer nos bigodes do fordinho enquanto meu pai girava a manivela. Nenhum dos meus amigos tinha co-pilotado uma máquina tão antiga. Eu era um sortudo. Se um carro quebrasse na minha rua lá estava eu absorvendo todo o conhecimento e a fumaça esparramada no ambiente.

Corria a década de 60 e julgando ter “vasta experiência” em assuntos tecnológicos, decidimos entrar na Era espacial embalados pelas estórias de Laika e Gagarin construímos alguns foguetes propelidos a querosene e como não dispúnhamos de hidrogênio empurrávamos ar com uma bomba de encher pneu de bicicleta nos tanques feitos de lata. Depois de alguns incêndios e as conseqüentes reprimendas sem ter alcançado orbitas superiores a três metros, abandonamos o programa por absoluta falta de capital para desenvolvimento e nenhum apoio da vizinhança. A estação de lançamento ora era no quintal de algum membro da equipe, ora era num terreno baldio. Nunca conseguimos fazer mais de um lançamento por local. Em fim, não tínhamos a disposição um Cabo Cañaveral. Finalmente, convencidos de ter feito avanços importantes, apesar de tudo, e em um ato de altruísmo cientifico enviamos todos os documentos de nosso projeto à NASA. Para ajudar os americanos contra os Russos. Fizemos uma vaquinha para comprar os selos (eram necessários muitos para enviar uma correspondência a USA naquela época) botamos tudo num envelope pardo e mandamos via aérea.

Fotografias históricas são para mim como relíquias. Fascinam-me as fotografias em branco e preto, mas se são sépia logo penso que a importância do objeto fotografado devia ser maior. Creio que adotei este conceito quando aprendi a revelar negativos e cópias B&P ou sépia. Gosto menos das fotografias coloridas. Durante minha infância olhava para as máquinas fotográficas como o moleque com o nariz no vidro. Eram objetos mágicos. Lembro do tio Oscar que era aficionado e tinha muitas câmeras. Um luxo.O destino me deparou uma surpresa quando fui a trabalhar ao Laboratório de Engenharia de Produto da Chrysler Fevre Argentina. Hugo Eckerdt que já me havia apresentado a metalografia na Eaton Metalúrgica e que gostava mais que eu de ferros me recepcionou de uma maneira fantástica: ele não queria mais cuidar do laboratório de fotografia e me ensinou tudo. Era o início dos 70 e nesse laboratório tinha uma mala com várias câmeras e acessórios Hasselblad como as que tinham deixado na lua os astronautas da Apollo 11 alguns anos antes, depois de tirar as fotografias históricas da primeira Moon landing (não tenho coragem de escrever isto em português). Havia também um ampliador Durst. Em fim, dispunha de um equipamento de primeira qualidade e tecnologia avançada para fotografar ferros quebrados. Uma glória.

domingo, 24 de maio de 2009

A estação da Luz quase caiu!




A estação da Luz foi construída em Glasgow, Escócia em 1895 e montada na cidade de São Paulo em 1901 para atender a linha Santos - Jundiaí que na época ganhava importância devido à exportação de café pelo porto de Santos. Foi projetada por Henry Driver.
Esta estória é sobre um episódio em 2000 em que a estação quase caiu. Eu já tinha esquecido a promessa, feita há muito tempo neste espaço, de contá-la.
Um bom dia meu amigo Zuñiga me ligou e como sempre iniciou a conversa com a mesma pergunta: Bernasconi, o que você vai fazer amanhã? Começou a contar que havia uma questão política por trás da suspeita da degradação acelerada da bela estrutura metálica inglesa. Alguém podia ganhar prestígio e verba (ou o contrario....sei lá, algo assim). Queria conhecer minha opinião sobre o grave evento que transitava com urgência nas esferas municipais. Marcamos uma reunião para o dia seguinte, lá, na magnífica Estação da Luz. Nunca tinha entrado nela; sempre passava pela Avenida Tiradentes feito um paulistano (sem reparar nela, assim como nas outras belezas arquitetônicas que também existem nesta cidade). Estacionei a 90° junto à calçada do Parque da Luz bem em frente à entrada norte; foi como entrar no século XIX. Foi uma sensação agradável.
Zuñiga me esperava no hall central acompanhado de uma engenheira civil que conhecia os detalhes. Em quanto nos dirigíamos ao andem para ver as bases das colunas meus amigos descreviam o início do episódio: um levantamento topográfico encomendado por alguém (????) tinha encontrado uma inclinação de 3° em uma coluna. Tinham visto também que a base estava muito corroída e em conseqüência estava cedendo. A conclusão era: “a estabilidade da estrutura estava comprometida” e tinha de ser interditada imediatamente para evitar uma tragédia. Depois, obras importantes deviam ser feitas para recuperar a estrutura histórica.
Meus amigos civis já sabiam que não havia recalques no terreno nem nos pilares. Então devia ser um problema da estrutura metálica. Minha especialidade - ferros velhos. Sempre me chamam quando o foco são ferros velhos. Logo vi, as bases de quase todas as colunas tinham uma camada de carepa de 3 ou 4 milímetros. Uma pseudo proteção feita com argamassa impedia que o aço molhado pela chuva e a água da enxurrada vinda da Rua Mauá secasse. Nada de mais, era só restaurar a concepção original do projeto e..........
- Bernasconi o “pessoal” está com medo, pois os perfis metálicos perderam toda essa espessura por corrosão quem pode afirmar que estrutura vai resistir?
- Eu. Respondi e me apressei a explicar: a camada de óxido de ferro é 11 vezes maior que a camada de ferro consumido. Ou seja, cada milímetro de camada de óxido corresponde a uma redução de 0,09 mm na espessura. É só medir.
Ninguém gostou, fiquei esperando o relatório sobre a tal inclinação para pensar melhor no assunto. Pediram-me para fazer meu relatório logo.
Foi a melhor parte; tirei fotos e me diverti o dia todo com os detalhes da obra da Walter Macfarlane & Co. Saracen Foundry Glasgow.
Fiz algumas contas e desisti de esperar a medição dos 3°. Se de fato existia, este desvio devia ser de montagem. Antigo como a Luz (a estação).

domingo, 19 de abril de 2009

Corinthians vs. São Paulo

Hoje, depois de ver meu São Paulo Futebol Clube perder (bem) do Corinthians (pior para mim e melhor para os negócios) me deu fome então fui comer uns sanduíches na cocinha e vi na TV uma pesquisa feita pelo Faustão:
Você já mentiu para faltar ao trabalho? => 37% admitiram.
E alguns corajosos que se expuseram ante as câmaras deram dois tipos de respostas:
1. Eu não menti, mas conheço quem mente.
2. Já menti, mas foi num emprego anterior.

O que isso tem a ver com análise de falhas?: qualquer dia destes a gente melhora! (não estou me referindo ao futebol do SPFC).